Lá e aqui

Eu sempre procuro ir pra casa. Isso é um fato. Ponto. Não há o que dizer.

Ela sempre muda de lugar até que eu decida ficar. Eu nunca sei quando e essa é uma das grandes confusões que aparecem quando habito outros lugares. Eu demoro pra reconhecer o lugar. Mas não todos.
Quero falar desse lugar. Não de outros, mas desse em especial.
Esse lugar me espera. Não de um jeito que eu gosto, não que ele se arrume todo pra me receber ou que esteja sempre pronto. Não. Ele só está lá e isso já é o suficiente.
Pensar nesse lugar me reconforta. Eu nunca soube o motivo. Só sei que é assim. 
É lá que eu consigo me juntar, nos mais variados sentidos da palavra. Recuperar, juntar, catar cada fragmento meu que eu deixei por aí. Todos os meus fragmentos estão nesse lugar, é sempre pra lá que eles vão, é pra lá que eles voltam.
Eu consigo enxergar suas cores bem de longe e é lá de longe que ele me sorri. 
Ele me sorri e eu decido ficar. 
Eu não sei até quando, mas eu decidi ficar. 
Vou ficando, até que eu mude, até que ele mude ou até que se canse de mim. Enquanto isso, fico por aqui. 
Bem aqui, quietinho, olhando. 
O que se faz quando minha casa para de mudar?
Eu não sei. 
Mesmo que eu soubesse, mesmo que meu lugar me arrebente, é aqui que eu fico.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

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