Esses dias, enquanto eu andava pela universidade, vi um filtro dos sonhos pendurado em uma árvore. Naquela hora, não me recordava sobre o simbolismo daquele objeto e qual seria sua função, mas depois de pensar um pouco lembrei que ele tem a função de impedir que soframos a ação de sonhos e energias ruins durante o sono. Sonhos ruins não necessariamente são pesadelos, porque estes muitas vezes também nos ensinam coisas.
Fiquei o dia todo pensando sobre aquele lindo e humilde filtro dos sonhos. Tentei imaginar a intenção da pessoa que o havia colocado ali, num espaço tão aberto e onde quase ninguém dorme. Pensei em quantas pessoas passaram por ele e se perguntaram a mesma coisa, pensei naquelas que sequer o notaram porque estavam preocupadas com outras coisas ou com pressa e pensei naquelas pessoas que, assim como eu, tentaram colocar seus pesadelos e medos dentro daquele objeto para que nunca mais saíssem.
Pensei em quantos pesadelos e medos haviam ali dentro, tão diferentes, alguns parecidos ou até mesmo iguais, imaginei quantas pessoas tinham acreditado com um pouquinho de força que aquilo ajudaria de alguma forma. Ainda assim, com tantas coisas na cabeça, elas continuaram seus caminhos.
Eu pensei muito sobre o filtro dos sonhos e percebi que eu estava desconsiderando todo o seu propósito. Ele deveria proteger meu sono e eu estava tentando carregá-lo com meus anseios e problemas.
Pensei nas vezes que eu me senti sem voz, marcado, nas vezes em que me apoiei no passado e em todas as vezes em que deixei de me sentir o mesmo. Muitas vezes quis contar minha história e não pude, não tive a segurança pra contá-la.
Ainda que eu não queria admitir, minhas marcas estarão sempre aqui. Entretanto, deixei de me importar com isso. Minhas marcas são memórias da força que eu tive pra obtê-las, minha falta de voz é o que me impulsiona a gritar contra a opressão contra aqueles que não têm voz, meu passado traz sabedoria. Talvez eu ainda não tenha coragem de contar minha história, mas ela permanece viva em mim e eu posso fazer uso dela, eu posso ajudar alguém e ser protagonista de alguma mudança.
O filtro dos sonhos não pode me proteger das coisas que me afetam quando estou acordado, mas eu posso e tento.
Eu pensei muito sobre o filtro dos sonhos e percebi que eu estava desconsiderando todo o seu propósito. Ele deveria proteger meu sono e eu estava tentando carregá-lo com meus anseios e problemas.
Pensei nas vezes que eu me senti sem voz, marcado, nas vezes em que me apoiei no passado e em todas as vezes em que deixei de me sentir o mesmo. Muitas vezes quis contar minha história e não pude, não tive a segurança pra contá-la.
Ainda que eu não queria admitir, minhas marcas estarão sempre aqui. Entretanto, deixei de me importar com isso. Minhas marcas são memórias da força que eu tive pra obtê-las, minha falta de voz é o que me impulsiona a gritar contra a opressão contra aqueles que não têm voz, meu passado traz sabedoria. Talvez eu ainda não tenha coragem de contar minha história, mas ela permanece viva em mim e eu posso fazer uso dela, eu posso ajudar alguém e ser protagonista de alguma mudança.
O filtro dos sonhos não pode me proteger das coisas que me afetam quando estou acordado, mas eu posso e tento.
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