Amarus

Nem é questão de saber meus limites. Estou sempre querendo um pouco mais desse veneno e tentando aguçar meus sentidos para captar, quem sabe, algo de novo ou diferente. Existe aquela humilhação em admitir que uma presença, um local frequentado, uma palavrinha sequer (poderosas palavrinhas) pode mudar tudo, pode brincar com você. Tem também essa necessidade pungente de correr, correr pra esquecer, correr pra superar, correr pra bem longe daqui, bem longe de mim, bem de longe de você e bem longe de nós dois. Nem mencionei as diferentes convicções, a falta de flexibilidade e um orgulho em voltar atrás, em admitir erros...até os signos são diferentes, com todas essas coisas de ascendente, luas, sóis, estrelas, galáxias, buracos-negros e toda essa adversidade cósmica.
Apesar de tudo isso, bate sempre essa vontade de você. Dá até pra imaginar você escrevendo uma carta pra mim, dessas que falam de nós e que bom seria se estivéssemos juntos, unidos, grudados como imãs de polaridades diferentes. Ao mesmo tempo, sei que você adentra meu sistema como gás carbônico, preenchendo, intoxicando e tomando por seu, tudo o que há de mim. Não quero delimitar entre bom ou ruim, só direi que é intenso como embriagar-se com uma bebida barata e perder a noção do real, do que se refere ao equilíbrio físico e emocional. E assim, como aríetes, você abre caminho através dos portões que protegem as entradas da minha fortaleza, incendiando, pressionando, forçando e lá está você...sim, aqui está você. Aqui estou eu.
E aqui, bem guardado, fica o meu querer, minha vontade de te ter e um súbito anseio de coragem toma conta do meu ser. Coragem, eu digo? Ora, já passou e que vá pra bem longe.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

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